O comércio
e os empreendimentos em comunidades cariocas estão movimentando a economia do
Rio de Janeiro, totalizando R$ 13 bilhões por ano. A menos de dois meses de
completar um ano de pacificação, a Rocinha está entre as comunidades que ajudam
no desenvolvimento da capital fluminense. Além disso, parte de seus moradores
já pertencem à nova classe média, segundo pesquisa realizada pelo Instituto
Data Popular em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa).
O estudo encomendado pela Rádio BEAT98, do Sistema Globo de
Rádio, foi realizado em agosto no Alemão, Rocinha, Chatuba, Salgueiro e Cidade
de Deus. Foram entrevistados 100 moradores de cada comunidade. Na pesquisa, foi
constatado que o percentual das classes A/B e C que mora nos morros é de 13% e
66%, respectivamente. No estudo, são consideradas das classes médias e A e
B famílias com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019 e orçamento acima de R$
1.019.
– Poucas empresas ainda enxergam esse mercado consumidor. Há uma
grande parte dos moradores, que ascendem, melhoram sua condição, compram outros
imóveis, montam negócios e querem permanecer nas comunidades – explicou o
secretário-geral da Cufa, Celso Athaide.
Novos empreendedores
Na Rocinha, os comerciantes estão se tornando empreendedores e
os consumidores, mais ativos. Morador da comunidade há mais de 40 anos, o
ajudante de obras Carlos Alves de Moura está de olho no futuro da Rocinha. Ele
está construindo um albergue próximo ao Parque Ecológico para receber turistas
durante os grandes eventos da cidade.
– Com o aumento da segurança, a comunidade receberá mais
turistas, principalmente nas copas das Confederações e do Mundo. Comprei um
terreno e comecei a construir a minha pousada em 2009, mas com a pacificação
pude acelerar as obras. Estou ficando rico, e quero mais ainda – disse Carlos.
Com a inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora
(UPP), que aconteceu na semana passada, a expectativa é de que o potencial de
consumo também aumente na comunidade. É o que espera os irmãos Viana, do
Açougue Uni Boi. Eles esperam alavancar os negócios com a paz restabelecida na
Rocinha.
– Agora, podemos ficar abertos por mais tempo. Temos o açougue
há seis anos, e acho que a segurança irá atrair mais a clientela, inclusivo do
asfalto. Já estamos sentindo as melhorias com o patrulhamento dos policiais –
afirmou Ronaldo Rodrigues Viana, um dos responsáveis pela gerência da loja.
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